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A adulteração do leite demonstra uma falta de controle de qualidade nas indústrias

"Na última quarta-feira, 8, Ministério Público, Receita Estadual, Polícia Civil e Polícia Militar deflagraram uma operação de combate à adulteração de leite no Rio Grande do Sul. Segundo a investigação, funcionários de cinco transportadoras compraram cerca de cem toneladas de ureia."

Agronegócios - Publicado em: 2 de outubro de 2014 - 09:21 horas

A adulteração do leite demonstra uma falta de controle de qualidade nas indústrias

Na última quarta-feira, 8, Ministério Público, Receita Estadual, Polícia Civil e Polícia Militar deflagraram uma operação de combate à adulteração de leite no Rio Grande do Sul. Segundo a investigação, funcionários de cinco transportadoras compraram cerca de cem toneladas de ureia. A quantidade é suficiente para modificar cem milhões de litros em um ano. Adicionando a ureia e água de poço – sem tratamento -, os transportadores conseguiam aumentar o volume do produto vendido às indústrias em cerca de 10%, além dos habituais 7%.

O caso evidenciou a falta de uma fiscalização mais rigorosa nos processos envolvendo desde a coleta até a entrega do produto às indústrias lácteas e provocou indignação no consumidor. Claudia Verdum Viegas, mestre em Microbiologia Agrícola e do Ambiente e consultora da unidade de alimentos da Referenda Consultoria explica que “a adição de água ao leite tem como objetivo aumentar o volume do produto para a obtenção de maior lucro. O acréscimo fraudulento de ureia é, em geral, realizado para mascarar a adição de água, dificultando a detecção quando este leite é analisado na indústria”.

A especialista ainda destaca que a ureia é capaz de alterar os componentes do leite, fazendo com que pareça ter mais proteína. “O formol presente na ureia atua como um prolongador da vida útil do leite e acaba fazendo com que um produto de má qualidade microbiológica pareça melhor”, continua.

Com a descoberta recente, surge a esperança, por parte do consumidor, de que os processos sejam realizados com mais qualidade, oferecendo segurança aos clientes. Claudia espera que a indústria aumente o controle e proteja quem consome: “para que realmente exista um maior rigor com relação à qualidade na cadeia do leite, deve haver maior fiscalização dos órgãos de vigilância sanitária, as normas precisam ser cumpridas e as fraudes, coibidas”.

As indústrias, a partir de agora, passam a ter o importante papel de, com mais rigor, conseguir desestimular a fraude. Porém, mais importante, no entendimento da consultora da Referenda, é que os órgãos de fiscalização cobrem qualidade de todas as empresas de laticínios, sem levar em consideração o tamanho delas. O problema pode ser ainda maior entre as pequenas e médias, já que muitas delas não costumam investir em programas de qualidade e maximizam o problema.

Já há, inclusive, uma sugestão à Câmara Setorial do Leite pedindo o fim dos transportadores. Claudia explica que a situação não deve mudar assim tão fácil e não acredita na eliminação deles. O que deve ocorrer, segundo ela, é que as indústrias comprometidas com a qualidade passarão a assumir esta tarefa de transporte do leite. Porém, a profissional ainda lembra que “atualmente existe tecnologia suficiente para detecção das fraudes do leite. Sendo assim, independentemente do transporte ser efetuado pela própria indústria ou por um intermediário, o que pode barrar a entrada de um leite fraudado na indústria é o controle de qualidade na recepção”.

Marcelo Blume, administrador e também consultor da Referenda, ainda chama a atenção para a necessária obrigatoriedade de implantação de programas de controle de qualidade em todas as empresas da área de alimentos, por exemplo. Este, aliás, é um mercado que tem oferecido boas demandas para a Referenda Consultoria nos últimos anos. Aos poucos, empresários percebem a importância de se adequar aos processos de maneira que o produto final seja de qualidade e ofereça satisfação ao cliente.

As empresas Italac, Mumu, Líder e Latvida, que receberam o produto adulterado, foram notificadas. Sobre os transportadores, o Ministério da Agricultura ainda pode aplicar multas que se aproximam de R$ 16 mil por lote irregular.





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